No mês da Semana Nacional de Trânsito, Senatran publica estudo inédito com raio-x de motocicletas e motociclistas.
A Gol Plus, atenta ao cenário da mobilidade urbana do nosso país, compartilha hoje com os associados e parceiros, o estudo “Panorama Estatístico Brasileiro de Motocicletas, Motonetas e Ciclomotores”, realizado pela Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito e divulgado na última segunda-feira, dia 09 de setembro. Esse é um estudo inédito traçando um raio-x completo sobre o cenário dos veículos de duas rodas no país em comparação com outros modos de transportes.
Com mais de 50 páginas, o documento oficial do Governo brasileiro, aponta dados importantes, como: 53,8% dos proprietários de motos, motonetas e ciclomotores, não tem CNH com categoria A, exigida para pilotar esses veículos. No que diz respeito à distribuição dos habilitados por sexo, 75% são homens, e 25% são mulheres no quantitativo de pessoas habilitadas com a categoria A.
Outro dado que chama a atenção, é: alguns Estados do Norte e Nordeste do país, tem mais motocicleta emplacada do que qualquer outro modal de transporte (carro, caminhão, ônibus). O Maranhão é o que tem mais motos, do que o total de veículos: as motocicletas equivalem a 60% do total da frota de todo Estado.
O mesmo acontece com Piauí (55,1%), Pará (54,5 %), Acre (53,1%) e Rondônia (51,2%), ou seja, todos esses estados têm mais motos circulando do que carros. No total geral do país, os outros modais são maioria: 58,5% contra 41,5% motos. Mas, se a tendencia continuar, estima-se que, em aproximadamente três anos, motocicletas, motonetas e ciclomotores poderão representar mais de 50% dos novos emplacamentos. Esse aumento de motos circulando no país, se reflete também na contratação de socorro mútuo e seguros. Dados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), entre 2021 e 2022, a demanda por contratações de seguros para motos em geral cresceu 55%. Já entre dezembro de 2020 a junho de 2022, houve um aumento de 43% no volume de motocicletas seguradas.
Qual Estado tem mais motos circulando?
Quando olhamos para o total de motos em cada Estado, há uma distribuição variada. São Paulo lidera com 7 milhões; seguido por Minas Gerais com 3,5 milhões e Paraná com 1,4 milhão. Outros Estados também bastante populosos, como Rio Grande do Sul, Ceará, Goiás e Pernambuco, já ultrapassaram um milhão de motos emplacadas. Esses dados refletem a importância desses veículos como meio de transporte em várias regiões do Brasil, especialmente em áreas urbanas e semiurbanas.
Outro dado que chama a atenção é o crescimento das infrações de trânsito, em muito pouco tempo. Em 2020, foram registradas cerca de 150 mil multas aplicadas aos condutores de motocicletas. Já em 2023, esse número saltou para mais de 1,3 milhão. A principal infração cometida é a falta do uso de equipamento de segurança adequado, como o capacete, por exemplo, que corresponde a 43% do total de infrações aplicadas.
O estudo traz ainda o total de motos por 10 habitantes e faz esse cálculo por Estado da nação. A média nacional é de 1,8 desses veículos para cada 10 habitantes. Em Rondônia, esse número é de 3,4 motos para 10 habitantes. No Mato Grosso, são 3 motos para cada 10 pessoas. Os menores índices estão no Espírito Santo e no Distrito Federal, não chegando a 1 moto por 10 habitantes (0,9).
O estudo copilou ainda os dados de sinistros registrados por três bases distintas: o Renaest (Registro Nacional de sinistros e Estatísticas de Trânsito), a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e o DATASUS (Sistema de Informação de Mortalidade/Ministério da Saúde). Porém, cada base tem sua peculiaridade. Pelo DATASUS, o último dado consolidado é de 2022, totalizando mais de 12 mil mortes de motociclistas no ano, isso representa um total aproximado de 33 motociclistas mortos todos os dias, em 2022.
Já a PRF, aponta que somente em 2024, já foram registrados mais da metade dos sinistros ocorridos no ano passado, indicando uma tendência de aumento desses números para esse ano, nas rodovias federais do país.
Acesse o estudo completo no link.